Bidu n. 1 – 1960
Lançado pela Editora Continental , o primeiro número de um autêntico gibi do
Mauricio de Sousa faria estréia sem grande balbúrdia em 1960. Bidu e toda a sua
‘patota’já apareciam na revistinha ‘Zas-Trás’, da mesma editora ( dividindo os
números com outros personagens ). Mesmo antes disso, Bidu, Franjinha e cia (
Titi, Manezinho, Jeremias ) davam as caras no jornais do país em suas tirinhas
solo. Mas foi só em 1960 que ganharam uma revistinha própria, que durou alguns
números até o ‘boom’da grande estrela dentuça, Mônica em 1970.
De entrada, os editores agradecem num prefácio, com muito orgulho, que esta é
uma revista totalmente produzida no Brasil, de acordo com a faixa verde e
amarela na capa. O número conta com as seguintes histórias ( todas em preto e
branco, num desenho autenticamente ‘Mauriciano’ pré-Mônica 70’s, Um Franjinha
baixinho e gordo que mais lembra o cebolinha, e um Bidu com comportamento de
cachorro, sem pedras e bugus ).
- Bidu, O Cachorro Falante – Um mágico frustrado tenta hipnotizar Bidu,
mas um acidente ( franjinha acerta uma pedrada na cabeça do homem ), ele trocam
de personalidade, deixando Bidu um cachorro falante. Essa história foi
redesenhada e colorida no início dos anos 70, sendo republicada num dos
primeiros números da revista Mônica.
- O Anão Lutador – Historinha cheia de maus exemplos, que hoje provocaria
a ira dos politicamente corretos, mas naquela época, passava batida. Franjinha
apanha de um grandalhão na rua, recebe uma bronca da mãe por estar chorando, o
pai oferece cigarros a uma visita na sala, A visita é um anão campeão de luta
livre que é confundido com uma criança, Franjinha usa o anão para dar uma lição
no grandalhão, o anão enche o Franjinha de porrada para demonstrar sua força
para o rival... E no final o Pai do franjinha convence o menino a ter lições de
luta livre com seu amigo. Ah.... bons tempos em preconceitos.
- Franjinha – Franjinha brinca de Tarzan e espeta uma faca no traseiro do
bidu. ( Que vira uma fera ).
- Cãozinho Mecânico – O pai do Franjinha compra um cachorro mecânico para
proteger a casa dos ladrões, já que o Bidu com toda sua inocência deixou dois
gaiatos entrarem. Cachorro vagabundo, vira-lata imprestável, xinga o pai do
franjinha ( ehehe ). No final, o cão autômato ataca todo mundo e Bidu destrói o
pobre coitado, tendo assim o merecido reconhecimento.
- O Filhote de Fantasma – Franjinha encontra um fantasminha no porão de
sua casa com crise de identidade ( Penadinho em sua primeira aparição ). O
Fantasminha quer um lugar para assombrar, mas depois de várias tentativas, vira
artista de cinema.
- Os Complexos do Bidu – Um gato malino e desajustado deixa Bidu
complexado. Franjinha pede ajuda a um psiquiatra de animais, e depois de
analisar o caso, o doutor acaba apanhando do gato e fica igualmente perturbado.
- Franjinha – Franjinha se exibe de todas as maneiras para uma menina (
parecida com a Luluzinha ). Esta só dá o braço a torcer quando ele planta
bananeira e caem algumas moedas.
- O Ovo da Discórida – Estrelada pela turma do franjinha ( Titi, Jeremias,
Manezinho e Humberto ). Bidu encontra um ovo gigantesco enterrado. Todos sonham
com o que podem fazer com isso ( Titi vende o ovo e se encontraria com Roy
Rogers – caubói da época, Jeremias compraria um avião, Humberto compraria
bilhetes para todas as sessões de cinema dos próximos 3 anos, Manezinho
esconderia a fortuna embaixo do colchão, Franjinha chocaria um dinossauro ).
Enquanto todos brigam pelo futuro do ovo, Bidu imagina um avestruz bicando seu
nariz e destrói o ovo. Com ele destruído, todos fazem as pazes e terminam a
historia nadando no ribeirão no melhor estilo Chico bento. Clássico para fechar
a edição de 36 páginas.